Seus olhos a fitaram por longos quatro minutos, segundo o relógio que mede o tempo humano num tempo onde não há nada certo, quando ela saiu do seu lado. Naquele momento, quando todos olhavam para o ponteiro do que se mostra como significativo em nossos dias, a falta de tempo, o rapaz no qual estava sentando em volta de seus livros, observou o desejo de sua vida: a garota da carteira ao lado da sua sala de aula que, como ele, estava ali tentando dá um sentindo concreto de sua existência humana.

Por infinitos duzentos e quarenta segundos, seu olhar desapareceu-se naquela moça, naquele infinito que transbordava diante dos seus olhos. Não era uma moça que habituava padrões sociais de beleza. Tinha 1.67 de altura, cabelos curtos na altura do ombro, um óculos pequeno e um sorriso que alargava o todo de uma vida.  Neste, aquele rapaz se perdia totalmente.

Ambos estavam estudando naquele grandão salão do conhecimento humano. Pertinhos, mas tão distantes. Tinha, ela, olhos de mel feito por abelhas que não podia se duvidar da capacidade de produzir grandes obras. Ela mexia com sua existência como os grandes dilemas humanos mexia com os pré-sócraticos. O néctar de sua vida era ela. Sua inspiração era aquele ser humano, tão frágil comoqualquer ser humano, porém forte como o mar.

Antes de tudo se encerrar nela, a mesma se levantou,cumprimentando-o. Perguntou aonde seria a próxima aula. Ele, tímido, respondeu-lhe e recebeu um até logo. Sim, naquele momento, ele viajou aonde nenhum pode alcançar: a sua imaginação. O que será que passou na cabeça daquele rapaz nos quatro minutos que seu finito se perdeu no infinito dela?  Sonhou com seus beijos,andando de mãos dadas na praça, tomando sorvete? Imaginou as primeiras brigas talvez ou um passeio nas madrugadas geladas de uma cidade serrana. Teus filhos, teu casamento, a família dela. Era que como tivesse ido pra Pasárgada com ela.Voou sua inquietação. Um sentimento que nunca se medirá pelo andar do relógio. A sua vida foi como um cometa que se perde no universo e viaja anos-luz, mas que retorna devido a força de alguma gravidade existente no universo. A gravidade, para aquele rapaz, era aquela que tanto de tanto amar, perdia a esperança de tê-la, pois quando desejamos tão fortemente algo, escapa pelas nossas mãos devido a nossa afobação pelo viver.

Como sonhou naquele momento declarando-se a ela. Fazendo ele uma cabrocha de alta classe, onde todos admiravam sua companhia e ele mais ainda.

A utopia era aquele abraço. Mas teu sentimento ficaria preso. Para onde vão as palavras que silenciamos?

Ao completar os quatros findos minutos, seu olhar voltou para si.Uma angústia tomou conta dele. Ao mesmo tempo, um alívio, pois contemplou um pouco de si e um pouco de outro, ela, sua paixão, um pouco de sua vida. Ali, diante de tantos livros, o teu conhecimento era somente ela. Pela sua lei, eles eram felizes

Nestas história, percebemos que no mundo somos entrelaçados numa rede de histórias individuais que se cruzam, que se tocam. Uma impessoalidade que marca e os define. Aquele olhar do rapaz lançava um pouco dele à vida. Nunca saberemos como terminou aquela história. Mas triste não há de nada, pois destas coisas findas, encontramos um pouco de nós.

Há um inverno dentro de mim

Há um inverno dentro deste que escreve.
Daqueles que se sente nos alpes suiços, na Noruega ou
na Finlândia, vendo a aurora boreal e suas luzes
bailando no céu.
No inverno que existe dentro de mim, há de existir luz.

Há um inverno dentro de mim
Fechado, rigoroso, latente que corta a alma
Mas que brota nesse inverno flores,
flores como a cerejeira, no seus tons
rosados colorindo as tardes frias de solidão
No inverno que há dentro de mim, há flores.

Há um inverno dentro de mim
intenso, que reclusa minha esperança, meus sonhos
e meus anseios.
Neste, minha angústia revela o meu mundo:
eu, nu, sem nada, sem mundo
Há um inverno dentro de mim; porém, um ser autêntico.

Há um inverno dentro de mim.
Contudo, vem depois dessa a primavera, um verão, um outono
cada qual marcando minha existência
sonho, alegria, reflexão. Mas ele sempre volta... o inverno que habita meu ser
Pois sou um eterno devir
Algo que não deixo de ser: sempre inverno no tempo que perfaz meu ser.
Há de ser belo, há de ser bonito
Sou inverno....pois sou amor a florescer.

Estou aqui novamente a descrever a experiência da vida.
Por muito tempo, deixei meu viver ser encoberto nas amarras do mundo.
Nada mudou será? Ah, como eu mudei e continuarei a mudar sempre
O que me fez retormar esse projeto?
A angústia e o outro que me toca....
sempre será uma vida que mudará o que significa pra mim?
Não sei.

Temos sentimentos iguais de busca da felicidade. Mas ela consiste em quê? Que ideal eu tenho sobre essa ideia, esse conceito nascido que nascemos para ser felizes. Por ser um ideal, somos realmente felizes na busca ou temerosos, adquirimos os hábitos triviais da vida, como sorriso, a alegria, o bem estar com as pessoas, fazendo, desse modo, a nossa felicidade.
Para pensarmos, no que consiste a felicidade? A construção de si? Não que acho o sonho da felicidade vago, mentiroso e enganador. Só não quero fazer ela longe da minha materialidade, da minha vivência atual, do meu momento. Não sou divisível, mas uno. A forma que me fizeste, já não existe mais.
Ai se encontra talvez um caminho. A singularidade que é seu projeto de vida, suas escolhas e seu processo de travessia.A busca da felicidade baseia de fazer algo verdadeiramente  em sua vida. Não uma verdade absolutista, mas tendo o referencial que é tua autenticidade na construção da mesma. No encontro que é com você, temos a imprenso que a felicidade nada mais é que o iceberg da sua vida, que vermos pouco, mas profundos em nós mesmos.
Não quero socratizar o problema, meu dilema. estabelecendo metas e conceitos a respeito da felicidade. Prefiro ir ao encontro do que sou para buscar caminhos, ver, sentir o quão a gente se faz na verdade maquinada pelos escuros da sombras do ser que sou.
Chego a ponto essencial: o que eu quero? Ao me deparar com a história de vida, percebo que eu sou o que menos gosta de mim. Por sonhar, amar. chorar, sentir na medida errada que o destino me fez. Transformo-me na irresponsabilidade incondicional que meu coração deseja, mas receia. Ao lembrar daquela que meu coração ainda sonha, vejo que quero me encontrar constantemente, a qual, hoje a filosofia me ajudar. Era para ser ao contrário, mas me vejo já com as ferramentas necessárias para traçar a ponte sonhada.
Tomando por esse sentimento de perceber, inverossímil que a aprendo  a me ver . Sou parte da felicidade que cabe a mim. Quero a feita essencialmente de quem eu realmente sou, fui, é. É aqui que essa semente,tão natural, mas embaçada por momentos cegos da vida, que consiste a minha felicidade.
Nascerá, viverá e ...! Não tenho noção do que virá. Mas tenho que viver na dúvida, na certeza, no choro, no riso, na alegria, nas dores. "Sou demasiadamente humano" por excelência. Negar a isso é negar a si próprio. Sendo inquieto comigo, sou a efêmera porção que cabe a meus loucos e sensores estranhos do caminho de um SER, ser humano.

Meus olhos não os mesmos. Mudei, não sei como. Apenas mudei. E notaram. Mas fiquei com medo de mostrarem meus olhares fundos de solidão. Mudei para não estancar minha esperança nessa terra. Ainda quero pode seguir, mas mudarei por que tenho que seguir. Meus olhos só dirão realmente aquilo que a gente não consegue mentir. Meus olhos é o reflexo do meu coração.

"das coisas findas, mais que lindas, essas ficarão"

Hoje sonhei. Primeiro, com despedidas. Sonhei deixando coisas não outroras da minha infelicidade. Sonhei com um poema escrito por alguém desconhecido, dizendo apenas saudade. Vi rostos alegres, cantando amores, e, assim,fiquei a sorrir com eles. Parecia uma despedida e, na verdade, era uma despedida. Acordei, mas continuei sonhando. Sonhando com um mundo com justiça. Com os olhos fechados, sonhando em mudar o mundo, das tantas coisas findas que ainda não consertasse. Mas lembrei-me do sonho e o quão ainda não me despedi de certas coisas da vida. Barulho e silêncio fizeram em mim a despedir daquilo que não sentirei falta. E como estava numa ida sem fim,despertei ao chegar no meu balcão, no meu trbalho,onde encara a realidade fria e crua do meu coração. Senti saudade do sonho, da despedida, do mudar o mundo. Amei e desamei nesse momento. Mas acreditei nos caminhos que a estrada poderá me abrir. Espero viver a despedida, espero mudar algo, espero acontecer. Talvez, seja melhor fazer a despedida, fazer algo,fazer acontecer. Assim, sonhos não serão mais cortados pela manhã que nasce, mas de sorriso por não sonhar mais.

Por te amar demais, me sufoquei na minha saudade sem limites. Por te querer demais, acabei te perdendo para mim mesmo. Por sentir forte o teu coração em mim, acabei não me amando. Por sonhar demais com nossos dias de velhice, a minha juventude não vi passar. Por olhar teus olhos, não vi o espelho que há de mim pudeste refletir. E por sentir demasiadamente longe de ti, acabei encontrando o amor!